terça-feira, 14 de julho de 2009

Somos Mordomos do Rei

"O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidadesem glória, por Cristo Jesus." Filipenses 4:19

Conta-se que certa vez, um rei do Iêmen, chamado Hiamir, chamou um dos seus ministros e disse-lhe:
"Quero fazer longa viagem à Tiapur, uma região longínqua, pobre e triste,árida e sem conforto. Determino que vá antes de mim, e logo que lá chegar, mande que seja construído um magnífico palácio, com largas varandas de marfins e pátios floridos. Nesse palácio ficarei hospedado durante uma temporada, com tranquilidade e conforto."
O Vizir respondeu humildemente: "escuto e obedeço, ó rei."
Dias depois o Vizir partiu, em uma caravana com numerosos camelos carregados de ouro.
Ao chegar à cidade o Vizir ficou desolado com o estado de abandono em quese achava o povo. Encontrou pelas estradas crianças famintas e centenas deinfelizes, morrendo de inanição. Os quadros de miséria e sofrimento que se desenrolavam, a cada passo e a todo instante, torturavam o coração do poderoso ministro.
Ele trouxera mais de trinta mil dinares, que deveriam ser gastos na construção de um grandioso palácio!
Que fez o Vizir?
Levado por um impulso irresistível, em vez de executar a ordem do rei, resolveu gastar o dinheiro que trazia, beneficiando a infeliz população.
Mandou construir abrigos para os desamparados. Distribuiu mantimentos entreos mais necessitados. Determinou que todos os enfermos fossem, sem demora, medicados e forneceu pão aos que padeciam fome.
Ao fim de alguns meses, notava-se uma transformação completa da cidade. Oshomens haviam voltado ao trabalho e por toda a parte reinava a alegria. Ascrianças brincavam nos pátios e as mulheres cantavam nas portas das tendas.
E do palácio maravilhoso, encomendado pelo rei, nada existia...
Quando o rei Hiamir chegou a Tiapur foi recebido por uma grande manifestação de júbilo da população.
"Sinto-me feliz" - confessou o monarca - "por saber que sou sinceramente estimado pelos meus súditos. Mas onde está o palácio de Tiapur?" Perguntou.
"Antes de falar do palácio, ó rei, tenho um pedido a lhe fazer." Disse-lheo Vizir. "Segundo as leis, aquele que o desobedecer, praticando um abuso deconfiança, deve ser condenado à morte. Pois, houve, ó rei, um homem de sua confiança que praticou tal delito. Espera-se que seja determinada a execução do culpado sem demora." Disse o Vizir serenamente:
"Quem é o acusado?" Questionou o rei.
"O criminoso sou eu." Disse o Vizir sem hesitar. E sem ocultar a menor parcela da verdade, o Vizir descreveu a miséria em que se encontrava o povo.
Por fim, confessou que, penalizado diante de tanto sofrimento, em vez de construir o palácio real, resolveu gastar os recursos que lhe foram confiados para mudar a triste sorte da população.
"Não cumpri a ordem recebida, por isso aguardo o castigo de que me fiz merecedor." Concluiu.
"Levante-se, meu amigo." Ordenou emocionado o rei. "Vejo que seu trabalho éresponsável pela edificação do mais belo dos palácios que já conheci. Vejo as torres cintilantes nas fisionomias alegres das crianças; admiro as largas varandas de marfim no sorriso radiante dos meus súditos; reconheçoos pátios floridos no olhar de gratidão das mães felizes. Como é majestoso e belo, ó Vizir, o palácio que a sua bondade fez se erguer nas terras de Tiapur."
Cada um é responsável pela destinação que der à riqueza que lhe for confiada, seja ela representada por recursos materiais ou por aptidões profissionais.
Cada qual, pelo uso de seus próprios talentos, é capaz de alterar o mundo, distribuindo alegrias ou acumulando dores.
Colaboração de Renato Santos